segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Geografia e poesia

(Des)Ordem Globalitária

A ordem globalitária canta hoje as regras do jogo
em que políticas autoritárias, totalitárias,
fragmentárias  comandam os passos do globo:
a cultura dos povos e as definições principais 
das produções e políticas  de  aberturas comerciais
que favorecem grandes capitais
e também  as  privatizações e  precarizações  
do trabalho, que se espalham  por  todo  lado, 
em  todas  escalas globais.     

A riqueza,  crescente  e  concentrada,  
se  alimenta  da  pobreza (material, espiritual)
cada vez  mais espraiada.
Os pobres reinventam a sobrevivência como  podem,
aderindo à sociedade do consumo
(que consome o planeta,  os homens, seus rumos...).

Enquanto isso, as cidades se sacodem,
convivências se implodem, 
populações buscam ocupações,       
lutam por humanizados espaços em quaisquer lugares,
geralmente seguindo ou refutando os
  passos e vãos traçados pelos voláteis capitais
que buscam os lucros onde derem mais.

De qualquer modo,  experimenta-se o caminhar
num fio de navalha em tempos difíceis
de muitas lutas e enguiços que se lançam, 
se embalam à imagem e semelhança  
das malhas tecidas
na (des)ordem globalitária...

(Poema extraído do livro "Geografia em tempos, espaços, pensamentos...)


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